O assalto de uma tropa de elite do Exército de Bangladesh ao restaurante Holey Artisan, tomado por terroristas no bairro diplomático de Daca, a capital do país, na manhã de hoje terminou com 13 reféns resgatados e 20 reféns mortos, seis terroristas mortos e um preso.
O comando terrorista tomou o restaurante, café e padaria muito frequentado por estrangeiros por volta das 21h (12h em Brasília) da sexta-feria, 1º de julho, e se negou a negociar a rendição. Depois de mais dez horas, os soldados invadiram o local. Dos mortos, 18 eram estrangeiros: nove italianos, sete japoneses, um americano e um indiano.
Em mensagem na Internet, a organização terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante reinvidicou ontem a responsabilidade pelo atentado. Mas há suspeitas de que possa ter sido um grupo ligado à rede Al Caeda no Subcontinente Indiano, mais ativa em Bangladesh. O fato de fotos de dentro do restaurante aparecerem em páginas do Estado Islâmico na Internet reforçou a hipótese de autoria da milícia.
A primeira-ministra de Bangladesh, Sheikh Hasina, denunciou o atentado como "um ato odioso" cometido por "pessoas sem religião" e prometeu "erradicar o terrorismo".
Nos últimos 14 meses, houve 35 ataques atribuídos a extremistas muçulmanos contra artistas, blogueiros, gays, jornalistas e intelectuais liberais, muitos assassinados. O governo acusa o Partido Nacionalista de Bangladesh, o maior da oposição, e seus aliados islamistas.
Em junho, a polícia bengalesa lançou uma operação contra grupos jihadistas locais. Mais de 11 mil suspeitos foram presos. Várias organizações de defesa dos direitos humanos criticaram as prisões considerando-as arbitrárias e destinadas a calar a oposição.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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