O regime fundamentalista do Irã recebeu hoje positivamente a proposta das cinco potências mundiais com poder de veto no Conselho de Segurança das Nações Unidas (Estados Unidos, China, Rússia, França e Grã-Bretanha) e da Alemanha para negociar a crise gerada pela suspeita de seu programa nuclear esteja desenvolvendo armas atômicas. A proposta incluiria desde tecnologia nuclear americana para fins pacíficos até garantias de que a república dos aiatolás não será atacada.
Para o chefe do Supremo Conselho de Segurança Nacional do Irã, Ali Larijani, o pacote de incentivos e ameaças é "um arcabouço para cooperação" e será examinado "cláusula por cláusula".
Em entrevista à televisão estatal iraniana, depois de se encontrar com o chefe de política externa da União Européia, Javier Solana, Larijani declarou que "as propostas têm aspectos positivos mas algumas ambigüidades que precisam ser removidas".
A disposição de negociar do Irã, cujo supremo líder espiritual, o aiatolá Ali Khamenei, ameaçara domingo interromper as exportações de petróleo via Golfo Pérsico, chegou a provocar uma queda de um dólar no preço do barril de petróleo, que depois voltou a subir, fechando com alta de 5 centavos, em US$ 72,55.
Nos EUA, o presidente George Walker Bush considerou "positiva" a atitude do Irã ao levar a sério a proposta mas insistiu que a república islâmica precisa suspender o enriquecimento de urânio antes que as negociações comecem.
Outros incentivos incluiriam o relaxamento do embargo contra tecnologias de uso duplo, civil e militar, o que permitiria ao Irã recuperar sua frota de aviação civil comprando novos aviões e peças de reposição de empresas americanas como a Boeing.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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