Depois de não chegar a um acordo com o primeiro-ministro Ismail Haniya, o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, anunciou que vai convocar um referendo sobre as negociações de paz com Israel. Mas em vez de anunciar a data hoje, como esperado, deu mais três dias de prazo para o governo.
Haniya pertence ao Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), vencedor das eleições parlamentares palestinas de 25 de janeiro. O Hamas prega a luta armada contra a ocupação israelense e não reconhece a existência de Israel. Por isto, se nega tanto a reconhecer os acordos de paz assinados nos anos 90 como a endossar a fórmula que prevê a convivência pacífica de dois países, um palestino e um israelense, dividindo o território histórico da Palestina.
Com a vitória do Hamas, as negociações estão estagnadas e Israel ameaça definir unilateralmente as fronteiras. O Hamas rejeita o Documento dos Prisioneiros, uma proposta feita na prisão por Marwan Barghuti, um dos líderes da Fatah (Luta), o partido do presidente. Abbas quer fazer então um apelo direto ao eleitorado para que diga se quer ou não negociar com Israel.
A questão ainda será discutida pelo Conselho Executivo da Organização para a Libertação da Palestina. O referendo seria realizado num prazo de 40 dias a partir de sua convocação.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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