domingo, 11 de junho de 2006

Zarkawi treinou centenas de terroristas no Iraque

O terrorista jordaniano Abu Mussab al Zarkawi, líder da rede Al Caeda no Iraque, morto há quatro dias por um bombardeio aéreo americano, treinou em território iraquiano cerca de 300 jihadistas que voltaram a seus países de origem, onde estariam aguardando ordens, revela neste domingo The New York Times, o jornal mais influente dos Estados Unidos.

Com base em informações do serviço secreto da Jordânia, o NY Times afirma que, além dos terroristas suicidas e voluntários para lutar no Iraque, Zarkawi atraiu recrutas para outras operações da Caeda (Base), especialmente da Arábia Saudita e do Egito, os dois países árabes mais importantes, ambos aliados dos EUA e - por isso mesmo - com governos que são alvos prediletos da ação dos fundamentalistas.

"O próximo passo poderia ser mobilizar sua rede de recrutamento para atacar a Europa", comentou Steven Simon, ex-funcionário do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, hoje pesquisador do Conselho de Relações Exteriores. "Por isto esta morte faz diferença."

Zarkawi teria montado bases de operações no Irã, na Líbia e na Síria para recrutar voluntários para o martírio. Em determinado momento, teria rivalizado com os principais chefes da Caeda, o saudita Ossama ben Laden e o egípcio Ayman al-Zawahiri, num desafio para assumir a liderança na guerra global do terrorismo contra os EUA e seus aliados.

Ben Laden era contra a morte de muçulmanos e repudiava a extrema violência do terrorista jordaniano. Agora tem a chance de apontar outro comandante para a "guerra santa" contra os EUA no Iraque.

As polícias européias identificaram nos últimos anos dezenas de jovens muçulmanos que foram ou tentaram ir para o Iraque para aderir à resistência contra a invasão americana de março de 2003. No Iraque, as forças americanas capturaram três franceses entre dezenas de estrangeiros. As autoridades alemãs prenderam 18 militantes do grupo Ansar al-Islam, liderado por Zarkawi, inclusive três iraquianos acusados de planejar matar o então primeiro-ministro provisório do Iraque, Ayad Allawi, durante uma visita à Alemanha no ano passado.

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