O Irã está disposto a iniciar negociações em torno de seu programa nuclear mas se nega a suspender o enriquecimento de urânio exigido pelos Estados Unidos, Rússia, China, Alemanha, França e Grã-Bretanha.
Durante uma viagem ao Egito, aparentemente para obter apoio diplomático a sua posição, o principal negociador nuclear do Irã, Ali Larijani, rejeitou qualquer precondição para negociar. Ele afirmou ter deixado isto claro ao supercomissário de Relações Exteriores da União Européia, Javier Solana, quando este lhe apresentou as propostas dos seis grandes em Teerã na terça-feira da semana passada.
Entre as ofertas, estão em reator nuclear de água leve, aviões, peças de reposição e garantias de que o Irã não será atacado.
Entre as ameaças, o risco de isolamento político e diplomático da república islâmica, sanções econômicas, e a proibição de viajar ao exterior para alguns de seus líderes.
Uma porta-voz de Solana disse que não haverá comentários antes de receber uma resposta concreta do Irã.
Quando recebeu as proposta, Larijani observou que havia “ambigüidades” que “deveriam ser removidas”. Na sexta-feira, um dos aiatolás mais agressivos, Ahmad Jannati, declarou que o Irã jamais congelaria seu programa nuclear. No sábado, o ministro do Exterior iraniano, Manouchehr Mottaki, prometeu apresentar uma contra-proposta.
Nesta semana, o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, vai à China, onde deverá defender sua posição oficiail. A direção da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), órgão das Nações Unidas, também discutirá a questão.
Larijani garante que não há menções a “punições” ou “sanções” na proposta das seis potências porque isto a tornaria inaceitável.
A expectativa é que o Irã dê uma resposta até 29 de junho, quando os ministros do Exterior do Grupo dos Oito (EUA, Japão, Alemanha, Grã-Bretanha, França, Itália, Canadá e Rússia) se reúnem em Moscou.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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