quarta-feira, 21 de junho de 2006

Europa apóia Bush contra Irã e Coréia do Norte

Durante uma reunião de cúpula dos Estados Unidos com a União Européia para superar o racha transatlântico pela invasão do Iraque, o presidente George Walker Bush recebeu apoio decidido dos europeus para suas posições duras contra os programas nucleares do Irã e da Coréia do Norte.

Apesar das divergências sobre Iraque, a prisão na base naval americana de Guantânamo, em Cuba, e comércio, Bush recebeu a solidariedade do chanceler (primeiro-ministro) austríaco Wolfgang Schüssel, que ocupa até o final do mês a presidência rotativa da UE.

Depois de dizer que o próprio presidente americano levantou a questão dos 460 prisioneiros de guerra detidos em Guantânamo, Schüssel desculpou os abusos cometidos pelos EUA na guerra contra o terrorismo: “Precisamos ser justos com o outro lado do Atlântico. Precisamos entender o significado do 11 de setembro para o povo americano.”

A questão de Guantânamo agravou-se com o suicídio de três presos em 10 de junho. Desde que a prisão foi instalada, no início de 2003, as organizações de defesa dos direitos humanos e vários países protestaram contra o conceito de “combatentes ilegais”, usado pelo governo Bush para lhes negar os direitos dos prisioneiros de guerra previstos nas Convenções de Genebra, alegando que não pertenciam a exércitos regulares, não usavam uniforme e não obedeciam a uma hierarquia.

Bush disse que gostaria de fechar o centro de detenção mas definiu alguns dos detentos como “assassinos a sangue frio”.

O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, prometeu hoje responder até meados de agosto às propostas das cinco potências do Conselho de Segurança das Nações Unidas (EUA, China, Rússia, França e Grã-Bretanha) e a Alemanha para que a república islãmica suspenda seu programa nuclear. Bush exige a paralisação imediata do enriquecimento de urânio mas o Irã só aceita negociar sem precondições e considerou o prazo dado por Ahmadinejad “muito longo”.

Quanto à Coréia do Norte, que estaria para testar um míssil de longo alcance capaz de atingir o território americano, o presidente dos EUA comentou que “as pessoas ficam nervosas quando regimes não-transparentes que anunciaram ter produzido bombas nucleares disparam mísseis”. Sob intensa pressão, o regime stalinista de Pionguiangue poderia estar fazendo uma chantagem para abrir negociações diretas com os EUA, uma antiga aspiração.

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