Durante uma reunião de cúpula dos Estados Unidos com a União Européia para superar o racha transatlântico pela invasão do Iraque, o presidente George Walker Bush recebeu apoio decidido dos europeus para suas posições duras contra os programas nucleares do Irã e da Coréia do Norte.
Apesar das divergências sobre Iraque, a prisão na base naval americana de Guantânamo, em Cuba, e comércio, Bush recebeu a solidariedade do chanceler (primeiro-ministro) austríaco Wolfgang Schüssel, que ocupa até o final do mês a presidência rotativa da UE.
Depois de dizer que o próprio presidente americano levantou a questão dos 460 prisioneiros de guerra detidos em Guantânamo, Schüssel desculpou os abusos cometidos pelos EUA na guerra contra o terrorismo: “Precisamos ser justos com o outro lado do Atlântico. Precisamos entender o significado do 11 de setembro para o povo americano.”
A questão de Guantânamo agravou-se com o suicídio de três presos em 10 de junho. Desde que a prisão foi instalada, no início de 2003, as organizações de defesa dos direitos humanos e vários países protestaram contra o conceito de “combatentes ilegais”, usado pelo governo Bush para lhes negar os direitos dos prisioneiros de guerra previstos nas Convenções de Genebra, alegando que não pertenciam a exércitos regulares, não usavam uniforme e não obedeciam a uma hierarquia.
Bush disse que gostaria de fechar o centro de detenção mas definiu alguns dos detentos como “assassinos a sangue frio”.
O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, prometeu hoje responder até meados de agosto às propostas das cinco potências do Conselho de Segurança das Nações Unidas (EUA, China, Rússia, França e Grã-Bretanha) e a Alemanha para que a república islãmica suspenda seu programa nuclear. Bush exige a paralisação imediata do enriquecimento de urânio mas o Irã só aceita negociar sem precondições e considerou o prazo dado por Ahmadinejad “muito longo”.
Quanto à Coréia do Norte, que estaria para testar um míssil de longo alcance capaz de atingir o território americano, o presidente dos EUA comentou que “as pessoas ficam nervosas quando regimes não-transparentes que anunciaram ter produzido bombas nucleares disparam mísseis”. Sob intensa pressão, o regime stalinista de Pionguiangue poderia estar fazendo uma chantagem para abrir negociações diretas com os EUA, uma antiga aspiração.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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