sábado, 24 de junho de 2006

Rodríguez Zapatero propõe acordo de paz que reconheça pluralidade do país basco

O primeiro-ministro José Luis Rodríguez Zapatero prometeu hoje conquistar "a paz para o país basco e para toda a Espanha" com "um grande acordo político de convivência, um acordo democrático que reconheça a pluralidade de Euskadi [país basco em basco] e supere tantas décadas de desesperança".

"É obrigação de todo governo", declarou Rodríguez Zapatero diante do diretório federal do Partido Socialista Operário Espanhol, em Madri, "tratar de aproveitar esta grande oportunidade e estou certo de que isto é exatamente o que a maioria dos espanhóis quer que eu faça". Falava do processo de paz iniciado com o "cessar-fogo definitivo" anunciado em março para grupo terrorista ETA (Euskadi ta Askatasuna, País basco e liberdade).

Desde 7 de junho de 1968, quando matou um guarda civil, ainda sob a ditadura do generalíssimo Francisco Franco (1939-75), o ETA matou 817 pessoas, inclusive o almirante e primeiro-ministro Luis Carrero Blanco, em 1973, na sua luta pela independência do país basco.

Para acabar com "quatro décadas de horror e de dor", "para evitar o sofrimento de novas vítimas, para que se substituta a violência pelo império da lei, para consolidar a democracia como única sistema de convivência em todos os rincões do país basco, para que em Euskadi as idéias, a palavras, as urnas e a lei sejam os únicos meios pelos quais os cidadãos se expressem e decidam suas questões políticas", o chefe do governo espanhol propõe um acordo de paz.

Rodríguez Zapatero previu que o processo de paz será "longo, duro e difícil" mas considera possível "um grande compromisso político" com "a serenidade e o esforço de todos". Para isso, prometeu trabalhar sem descanso para contar com "a compreensão e a ajuda" da oposição conservadora representada pelo Partido Popular.

Ele admitiu que "é provável que em muitos temas o PSOE e o PP discordem abertamente, é um sinal de uma democracia sadia. Mas tenho a convicção profunda de que na tarefa para acabar com a violência o PP e o PSOE pudem e devem buscar um entendimento".

E concluiu: "É uma tarefa ambiciosa e difícil mas chegou o momento de enfrentá-la. Esta é minha determinação".

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