quinta-feira, 15 de junho de 2006

Morales promete pegar em armas contra ataque dos EUA

Durante uma homenagem pelos 78 anos do nascimento do guerrilheiro argentino Ernesto Che Guevara, herói da Revolução Cubana, o presidente da Bolívia, Evo Morales, prometeu pegar em armas para defender seu país, Cuba ou a Venezuela de uma agressão dos Estados Unidos.

"Agora não são os povos que se levantam em armas contra o império. "É o império que se levanta em armas contra o povo", disse Morales, contrastando sua eleição em dezembro passado com os métodos de luta do Che, na localidade de La Higuera, onde o revolucionário foi executado em 9 de outubro de 1967. "Se fizerem isso na Bolívia, em Cuba ou na Venezuela, estamos dispostos a defender com armas a pátria, os recursos naturais e outras transformações sociais."

Primeiro índio a governar um país da América do Sul, eleito em primeiro turno pelo Movimento ao Socialismo (MAS), Morales começou sua carreira política como líder do Sindicato dos Produtores de Folha de Coca, os 'cocaleros', lutando contra o programa americano de erradicação da folha de coca. Em 1º de maio, nacionalizou por decreto em 1º de maio o petróleo e o gás da Bolívia, ocupando militarmente instalações de companhias estrangeiras, inclusive a Petrbrás, que investiu mais de US$ 1 bilhão no país, multiplicando por quatro suas reservas comprovadas de gás natural.

O presidente boliviano manifestou admiração por Guevara, que chamou de "líder imortal", "impecável em sua conduta", "incansável na luta pela unidade, a liberdade e a dignidade dos povos latino-americanos" e "ïnclaudicável nesta luta por um pensamento antiimperialista".

Morales previu que em breve haverá "muitas cubas na América Latina", não importa "o que diga o império". Ele ironizou a expressão "eixo do mal", usada num discurso do presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, para se referir ao Irã, ao Iraque antes da invasão americana e à Coréia do Norte, que já foi usada por comentaristas conservadores e assessores de Bush para falar da aproximação entre a Venezuela de Hugo Chávez e Cuba de Fidel Castro. Falou de um "eixo de humanidade", agradecendo a ajuda de Chávez e Fidel nas áreas de saúde e educação.

Em 13 de agosto, Morales vai à festa dos 80 anos de Fidel. Prometeu levar uma torta de folhas de coca.

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