O comando militar dos Estados Unidos anunciou hoje que um ataque aéreo contra uma casa nos arredores da cidade de Bacuba matou o terrorista mais procurado no Iraque, o jordaniano Abu Mussab al-Zarkawi, líder da rede terrorista Al Caeda no país ocupado pelos americanos.
Depois de receber diversas informações, supostamente de agentes iraquianos infiltrados na rede terrorista liderada por Ossama ben Laden, as forças americanas decidiram pelo bombardeio aéreo, temendo que Zarkawi escapasse do cerco mais uma vez. Dois aviões F-16 jogaram então duas bombas de 227 quilos sobre a casa onde Zarkawi estaria escondido. Ele ainda sobreviveu e estava sendo socorrido numa maca quando soldados americanos e policiais iraquianos chegaram ao local.
Ao comentar a notícia, o presidente George Walker Bush descreveu-a como üma grande vitória na guerra global contra o terrorismo. Mas advertiu o povo americano de que a morte de Zarkawi não significa o fim da insurgência e do terrorismo no Iraque. Os EUA tentam descobrir agora quem será seu sucessor.
Zarkawi, principal aliado de Ben Laden no Iraque, era considerado um terrorista brutal, acusado pelo atentado contra a sede da ONU em Bagdá que matou o enviado especial do secretário-geral Kofi Annan, o brasileiro Sérgio Vieira de Mello, em agosto de 2003. Também teria degolado um refém americana diante das câmeras, em vídeo divulgado na Internet.
Jovem delinqüente na Jordânia, mujahedin na "guerra santa" contra a invasão soviética no Afeganistão, Zarkawi entrou no Iraque em 2003 para lutar contra a invasão americana.
Sua participação teria tornado a guerra no Iraque ainda mais violenta. Numa tentativa de provocar uma guerra civil, ele foi um dos principais incentivadores do conflito sectário entre xiitas e sunitas, que matou pelo menos 6 mil pessoas este ano no Iraque e talvez seja hoje a principal ameaça à estabilidade do Iraque.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário