Maio foi o mês com o maior número de mortes no Iraque desde a invasão americana de março de 2003. Só na capital, houve cerca de 1,4 mil mortes no mês passado, a maioria com características de execução. Desde o início do ano, 6 mil pessoas morreram em Bagdá.
O novo primeiro ministro iraquiano, Nuri al-Maliki, prometeu mais uma vez ontem impor uma política de linha dura contra a violência política e a insegurança pública embora, no momento, o Ministério do Interior investigue o envolvimento da própria polícia no seqüestro de 50 pessoas segunda-feira em Bagdá. Pelo menos 15 reapareceram ontem, muitas com sinais de tortura.
Em Hadid, 37 quilômetros ao norte da capital, a polícia encontrou nove cabeças em sacos plásticos jogados dentro de cestas de frutas. No sábado, oito cabeças haviam sido descobertas nas mesmas condições nesta cidade.
A violência entre grupos religiosos aumentou desde que a Mesquita Dourada de Samarra, um santuário xiita, foi atacada em 22 de fevereiro. O terrorista jordaniano Abu Musab al-Zarkawi, principal representa da rede Al Caeda no Iraque, estaria por trás de algumas atrocidades recentes. Ele é sunita e prega uma "guerra santa" contra os xiitas. No domingo, 21 estudantes xiitas foram mortos na capital iraquiana.
Maliki acusou os grupos que não aderiram ao processo político de querer derrubar seu governo.
Pelos cálculos do website independente Iraq Body Count, o total de iraquianos civis mortos durante a intervenção americana estaria entre 38.254 e 42.646.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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