Homens armados vestidos como policiais atacaram hoje diversas estações de ônibus de Bagdá, seqüestrando pelo menos 50 pessoas, inclusive motoristas e passageiros que se preparavam para viajar ao exterior.
"Eles levaram todos os trabalhadores das companhias e lojas próximas", contou uma testemunha. "Não deram nenhuma explicação. A polícia chegou depois e não fez nada".
Este ataque dramático aconteceu um dia depois que pistoleiros mascarados pararam duas caminhonetes com estudantes no Norte de Bagdá, separaram os xiitas dos sunitas e mataram 21 xiitas "em nome do Islã".
Também hoje, dois irmãos sunitas foram mortos por atiradores que passaram de carro num bairro do Sul de Bagdá.
Em Ramadi, capital da província de Anbar, um dos focos da resistência contra a ocupação americana, forças dos Estados Unidos atacaram uma estação ferroviária onde quatro homens estariam descarregando armas. Um hospital local informou que pelo menos cinco civis morreram e outros 15 saíram feridos.
Em Bássora, principal cidade xiita do Sul do Iraque, depois da explosão de um carro-bomba num mercado público no fim de semana, a polícia invadiu uma mesquita sunita na manhã de domingo. Nove pessoas morreram no confronto.
O ataque ao mercado foi um desafio à política de "mão-de-ferro" anunciada pelo primeiro-ministro Nuri al-Maliki, que decretara estado de emergência por um mês em Bássora a partir de 31 de maio. Aconteceu pouco depois de um apelo do terrorista jordaniano Abu Musab al-Zarkawi, líder da rede Al Caeda no Iraque, para que os sunitas peguem em armas contra os xiitas.
A violência sectária entre xiitas e sunitas aumentou desde que a Mesquita Dourada de Samarra, um santuário xiita numa cidade predominantemente sunita, foi parcialmente destruída por bombas.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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