Pelo menos 14 países europeus - inclusive Alemanha, Espanha, Grã-Bretanha, Itália, Suécia, Polônia e Romênia - colaboraram com os mais de mil vôos clandestinos em que a CIA (Agência Central de Inteligência), agência de espionagem dos Estados Unidos, levou suspeitos de terrorismo seqüestrados na Europa para países onde a tortura não é crime, como Arábia Saudita, Egito, Jordânia, Marrocos e Síria. A conclusão é de um relatório divulgado hoje pelo Conselho da Europa, que reúne 46 países democráticos do continente.
A denúncia provocou uma reação indignada da Polônia e da Romênia, onde haveria prisões secretas. Para o primeiro-ministro polonês, Kazimierz Marcinkiewicz, a alegação é "uma calúnia sem base em fatos".
Outros países, como a Bósnia-Herzegovina, a Macedônia e a Turquia, foram acusados de violações dos direitos humanos como entregar detidos a agentes americanos, permitir o pouso dos vôos da CIA e passar informações aos americanos que permitiram localizar suspeitos.
O relatório de 67 páginas foi elaborado pelo político suíço Dick Marty depois de sete meses de investigações: "As autoridades de diversos países europeus colaboraram com a CIA em atividades ilegais. Outros países ignoraram ou não quiseram saber", declarou o autor ao divulgar o documento, que descreveu o esquema como uma "teia de aranha".
Apesar do governo dos EUA negar as acusações de tortura, o relator cita testemunhos de maus-tratos como espancamento, cortes e humilhações.
Uma das bases de operações era Palma de Mallorca, na Espanha, onde os agentes americanos planejavam suas ações e descansavam depois de realizá-las.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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