Num encontro histórico e inédito, o dirigente supremo da China, Xi Jinping, e o presidente de Taiwan, Ma Ying-jeou, se reuniram hoje em Cingapura. O regime comunista chinês considera Taiwan uma província rebelde desde que os nacionalistas derrotados na revolução de 1949 fugiram para lá.
Não houve acordos nem declaração conjunta, mas o significado simbólico é enorme. Os líderes do Partido Comunista da China e do Kuomintang não se encontravam desde que Mao Tsé-tung esteve com Chiang Kai-shek em agosto de 1949, antes da queda de Beijim, em 1º de outubro daquele ano.
A República Popular da China adota uma política externa de que só existe uma China. Não mantém relações com os países que ainda hoje reconhecem Taiwan como a República da China.
Xi declarou que não se deve permitir que os que pregam a independência de Taiwan dividam o país. Estava se referindo ao Partido Democrático Progressista, favorito para a eleição presidencial taiwanesa de 16 de janeiro de 2016. Taiwan pediu mais espaço em organizações internacionais.
Ma está no final do segundo mandato. Elegeu-se e reelegeu-se com a política dos três nãos: não à independência, para não provocar uma intervenção militar chinesa; não à unificação, que acabaria com a soberania e a relativa independência de Taiwan; e não à guerra, resultado inevitável de uma declaração de independência, que a ilha não tem como ganhar.
De volta o governo desde 2008, o KMT foi acusado de fortalecer os laços econômicos com a China continental. Deve perder as próximas eleições.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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