Em discurso na 4ª reunião de Cúpula dos Países Árabes e da América do Sul, realizada em Riade, a capital da Arábia Saudita, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, pediu uma "política de preços justos" para o mercado internacional de petróleo. Ele gostaria de impor um preço fixo de pelo menos US$ 70 por barril.
A Venezuela depende das exportações de petróleo e sofre com a queda acentuada que reduziu os preços do produto a menos da metade desde junho de 2014. Com a volta do Irã ao mercado depois do fim das sanções a seu programa nuclear, a oferta de petróleo vai aumentar e os preços devem baixar ainda mais.
Sob pressão de uma inflação de 200% ao ano, recessão de 10% ao ano e desabastecimento generalizado, o regime chavista marcha para uma fragorosa derrota nas eleições parlamentares de 6 de dezembro de 2015. Isto pode abrir o caminho para a convocação de um referendo para revogar o mandato do presidente da Venezuela.
No momento, a expectativa é de uma recuperação dos preços do petróleo para algo em torno de US$ 80 por barril até 2020. Com o petróleo venezuelano oscilando numa faixa de US$ 40-45 e sem expectativa de cortes nos gastos do governo, a economia da Venezuela vai permanecer em crise até que uma situação ainda pior force a mudança nas desastrosas políticas econômicas do "socialismo do século 21" do finado caudilho Hugo Chávez.
A Venezuela ficou de sediar a 5ª Cúpula dos Países Árabes e da América do Sul em 2019. Participam destas reuniões os 22 países da Liga Árabe e os 12 da União das Nações Sul-Americanas (Unasul). O Brasil está sendo representado pelo ministro das Relações Exteriores, embaixador Mauro Vieira.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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