Sob o peso do programa de ajuste fiscal imposto pelos credores externos, a economia da Grécia recuou 0,9% no terceiro trimestre de 2015, quase o dobro do 0,5% previsto pelos economistas. Foi a primeira queda desde o último trimestre de 2013.
Depois de seis anos de depressão com queda acumulada de 25% do produto interno bruto por causa da crise da dívida pública, a Grécia avançou 0,4% em 2014 graças ao aumento das exportações e uma pequena recuperação do consumo interno. No segundo trimestre de 2015, a Grécia tinha crescido 0,8%, mais do que Alemanha, França e Itália, as três maiores economias da Zona do Euro.
Mesmo assim, na comparação entre 2008 e 2014, o investimento na formação de capital bruto foi 64% menor. Os gastos públicos caíram 28%. O consumo doméstico baixou 23%. O emprego recuou 20%.
Com PIB de US$ 238 bilhões, a Grécia é a 45ª economia do mundo. A crise da dívida pública, que explodiu em 2009, acabou contaminando Portugal, Irlanda e Espanha. Foi até agora a maior ameaça à união monetária europeia.
No início do ano, os gregos elegeram um governo liderado pela Coligação de Esquerda Radical (Syriza) que chegou a romper as negociações com os credores, mas acabou aceitando as duras medidas de cortes de gastos e aumentos de impostos para equilibrar as contas públicas.
Durante as negociações, o ministro das Finanças da Alemanha, Wolfgang Schäuble, chegou a propor a saída da Grécia da Eurozona, mas a chanceler (primeira-ministra) Angela Merkel preferiu manter o país para preservar o projeto europeu.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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