Com o apoio da coalizão aérea liderada pelos Estados Unidos, os guerrilheiros curdos lançaram hoje cedo uma ofensiva para reconquistar a cidade de Sinjar, no Norte do Iraque.
A cidade foi tomada no ano passado pelo Estado Islâmico do Iraque e do Levante num avanço que causou a fuga de 50 mil yazidis e provocou os primeiros bombardeios americanos contra a organização terrorista, em agosto de 2014.
Nos últimos dias, os EUA lançaram seis ondas de ataque aéreo que destruíram três unidades do Estado Islâmico e 18 posições dos jihadistas. Só na noite de quarta-feira, a coalizão aérea bombardeou 20 alvos do EI.
Hoje cerca de 7,5 mil peshmerga convergiram hoje cedo para a montanha de Sinjar vindo de três direções. Eles pertencem à União Democrática do Curdistão, apoiada pelo Irã, ou ao Partido Democrático do Curdistão e são aliados do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), cujo braço armado luta contra o governo da Turquia. Pelo menos um guerrilheiro curdo morreu e dez foram feridos nesta quinta-feira.
Se tomarem Sinjar, os curdos passam a controlar a estrada que liga Rakka, na Síria, considerada a capital do Estado Islâmico, e Mossul, a segunda maior cidade do Iraque e a mais importante em poder do grupo nesse país. Se controlaram a estrada, os curdos cortam a principal linha de suprimento do EI.
A ofensiva ocorre num momento em que a intervenção militar da Rússia na guerra civil da Síria em apoio à ditadura de Bachar Assad começa a dar resultados. É importante para recuperar a credibilidade dos EUA no momento em que o governo do Iraque cogita pedir a Moscou que ataque o Estado Islâmico também em território iraquiano.
Até agora, os curdos foram a força mais eficiente a combater o Estado Islâmico no solo. Esta ofensiva marca também um compromisso mais forte dos EUA. Em seu primeiro ano, a estratégia do presidente Barack Obama para "degradar e destruir" o EI teve pouco sucesso.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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