Sob a liderança dos Estados Unidos e da Rússia, 17 países aprovaram hoje em Viena, na Áustria, um cronograma para acabar com a guerra civil na Síria, anunciaram em entrevista coletiva o secretário de Estado americano, John Kerry, e o ministro do Exterior russo, Serguei Lavrov, noticiou a agência Bloomberg.
Na primeira etapa, as Nações Unidas vão convocar uma conferência de paz entre o governo sírio e representantes da oposição a ser realizada até 1º de janeiro de 2016. A partir daí, o regime de Bachar Assad e os grupos de oposição reconhecidos internacionalmente teriam seis meses para negociar um cessar-fogo definitivo.
Uma nova Constituição da Síria deve ser redigida dentro de um ano e meio para permitir a realização de eleições em 2017.
Há uma lista de grupos armados que não participação das negociações, como o Estado Islâmico do Iraque e do Levante e a Frente al-Nusra, braço armado da rede terrorista Al Caeda na guerra civil síria. Assim, podem ser alvo de ataques depois do cessar-fogo.
O futuro do ditador Bachar Assad, um dos temas de discórdia entre os EUA e a Rússia, não foi mencionado. Há anos, os EUA, a União Europeia, a Turquia, a Arábia Saudita e as outras monarquias petroleiras do Golfo Pérsico exigem a queda de Assad como precondição para qualquer acordo de paz na Síria.
Do outro lado, a Rússia alega que o regime de Assad é o único governo legítimo da Síria e o Irã só aceita a saída do ditador se ele for derrotado nas urnas. Mas parece que a posição russa está mais flexível agora que Moscou e Washington têm um inimigo em comum. O Kremlin estaria disposto a aceitar o afastamento de Assad num período de transição.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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