A milícia extremista muçulmana Boko Haram, que agora se apresenta como o Estado Islâmico na África Ocidental, matou pelo menos 49 pessoas em atentados cometidos ontem e hoje na Nigéria. Uma das terroristas suicidas era uma menina de apenas 11 anos.
Uma explosão atribuída a um terrorista suicida numa feira de frutas e verduras matou 32 pessoas e deixou 80 feridas ontem na cidade de Yola, no Nordeste da Nigéria, informou a Cruz Vermelha Internacional.
"O chão diante da minha loja ficou coberta de corpos. Ajudei a colocar 32 em cinco veículos", contou o comerciante Alhaji Ahmed.
Hoje, em Kano, a cerca de 600 quilômetros a noroeste de Yola, um duplo atentado terrorista suicida cometidos por mulheres contra um mercado matou pelo menos 17 pessoas e feriu outras 123. As meninas-bomba tinha 11 e 18 anos.
Em 24 de outubro, dois ataques terroristas suicidas mataram 55 pessoas em mesquitas de Yola e Maiduguri.
Na sexta-feira passada, o presidente Muhammadu Buhari foi a Yola condecorar soldados do Exército da Nigéria pela bravura no combate à rebelião do Boko Haram, que deixou 17 mil mortos desde 2009. Ele afirmou que o grupo está "perto da derrota", mas apelou aos soldados para que "fiquem vigilantes, alertas e focados para prevenir a infiltração do Boko Haram em comunidades para atacar alvos fáceis."
Sob pressão dos exércitos da Nigéria, de Camarões, do Níger e do Chade, a milícia Boko Haram, cujo nome significa repúdio à educação ocidental, apela cada vez para atentados suicidas. O Índex do Global do Terrorismo, divulgado anteontem, apontou o Boko Haram como o grupo terrorista que mais matou no mundo inteiro em 2014, com um total de 6.665 mortes.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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