A polícia da França assaltou há pouco o teatro Bataclan, em Paris, onde terroristas mantinham centenas de reféns. Três terroristas e pelo menos 89 pessoas morreram só na casa de espetáculos, elevando o total de mortos para mais de 120. Ao todo, sete terroristas foram mortos, seis por seus próprios coletes suicidas. Noventa e nove feridos estão em estado grave.
Os sobreviventes contaram que os jihadistas metralharam os reféns antes da chegada da polícia ao Bataclan.
Ao todo, houve ataques em pelo menos cinco locais diferentes da capital francesa e na vizinha Saint-Denis, na Grande Paris, onde fica o Estádio da França, palco de um amistoso entre França e Alemanha, informou o jornal Le Monde.
Mais de 40 pessoas teriam sido mortas pelos atiradores nas ruas do 10º e do 11º distritos de Paris, três do lado de fora do estádio e o resto no teatro, onde havia um concerto de rock de uma banda metaleira americana.
Ao atacar um estádio em duplo atentado suicida, os extremistas muçulmanos, provavelmente ligados ao Estado Islâmico do Iraque e do Levante, mostram que não têm limites e acendem uma luz vermelha para a Olimpíada do Rio de Janeiro.
Os extremistas podem ser da própria França, que tem 5,5 milhões de muçulmanos. Pelo menos 1,2 mil foram para a Síria ou o Iraque lutar pelo Estado Islâmico do Iraque e do Levante; 250 voltaram com treinamento de combate.
A Frente Nacional, de ultradireita, vai levantar suspeitas sobre os refugiados sírios que chegam em massa à Europa. Sempre pode haver infiltrados. Os verdadeiros refugiados querem paz e uma vida nova para si e os filhos.
O EI prefere recrutar os voluntários do martírio entre a população muçulmana europeia, que tem livre trânsito dentro do continente. Os muçulmanos são menos de 10% da França, mas são dois terços dos presos. As cadeias são um grande local de doutrinação.
Sob pressão dos Estados Unidos e da Rússia nas guerras civis do Oriente Médio, o terror apela para alvos fáceis como Paris numa sexta-feira à noite.
Várias companhias aéreas suspenderam os voos para Paris. O Eurotrem, que liga França e Inglaterra sob o Canal da Mancha, vai funcionar neste sábado. Mas a maior parte da capital francesa estará paralisada. Pelo terror.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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2 comentários:
O fim de semana vai ser movimentado. Quem será que levantará os protocolos anti-terroristas, quais serão os países que se sentem sob riscos terrorista?
Os terroristas atacam alvos fáceis. Sendo assim, ninguém está livre. Quanto atacaram as embaixadas dos EUA no Quênia e na Tanzânia, em 1998, o alvo era os EUA, mas morreram muito mais quenianos e tanzanianos. Com a Olimpíada do Rio no ano que vem, o Brasil não está livre. Esse ataque no estádio abre um precedente muito perigoso. Estádios, por definição são alvos fáceis.
Sob pressão dos bombardeios aéreos dos EUA e da Rússia, as duas maiores potências militares, os caras contra-atacam em pontos fracos como uma sexta-feira à noite em Paris, quando os "infiéis" estão se divertindo.
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