A Turquia pode fornecer as tropas de infantaria necessárias para derrotar a organização terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante como parte de uma grande aliança com uma estratégia integrada, admitiu ontem o primeiro-ministro Ahmet Davutoglu em entrevista à televisão americana CNN.
Os bombardeios aéreos não bastam para vencer o Estado Islâmico e retomar os territórios conquistados pelo grupo no Iraque e na Síria, onde 10 milhões de pessoas vivem sob um regime de terror, acrescentou o chefe de governo turco. A mesma convicção tem a secretária da Força Aérea dos Estados Unidos, Deborah Lee James.
Davutoglu e o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, falaram ontem por telefone com o presidente Barack Obama. Quando os EUA entraram na guerra contra o Estado Islâmico, em agosto de 2014, Erdogan condicionou a participação da Turquia na aliança liderada por Washington a um compromisso com o afastamento do ditador Bachar Assad do poder na Síria. A exigência permanece.
"A questão não é como e quanto tempo Assad vai ficar. A questão é quando e como ele vai embora", declarou Davutoglu em entrevista a Christiane Amanpour. "Quando um dia milhões de refugiados decidirem voltar à Síria acreditando que há paz na Síria, teremos uma solução. Se Assad continuar no poder em Damasco, eu não acredito que nenhum refugiado vai voltar."
Dos 4,8 milhões de sírios que fugiram do país, cerca de 2,5 milhões estão na Turquia.
Desde outubro do ano passado, os jihadistas atacaram na Austrália, na Dinamarca, na França, no Egito, na Líbia, na Tunísia e na Turquia, além das áreas sob seu controle nas guerras civis do Iraque e da Síria.
Para a empresa de análises estratégicas americana Stratfor, o EI está perdendo seu poder de atração de novos recrutas para a "guerra santa". Isso não significa que o grupo, seus atentados terroristas e sua ideologia vão desaparecer em curto prazo, mas estariam perdendo a força.
Se seus ataques forem contidos e suas fontes de financiamento forem reduzidas, o desencanto com sua ideologia apocalíptica e assassina tendem a aumentar, minando o poder do movimento jihadista mais forte do mundo.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
terça-feira, 10 de novembro de 2015
Turquia admite usar Exército na guerra contra o Estado Islâmico
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