O advogado e ativista dos direitos humanos curdo Tahi Elci foi assassinado hoje na cidade de Diyarbakir, no Sudeste da Turquia. O Partido Popular Democrático (HDP) considerou o crime uma "morte planejada" e convocou uma manifestação de protesto em Istambul, noticiou a agência Reuters.
Elci era um crítico do presidente Recep Tayyip Erdogan e de sua decisão de romper as negociações de paz e de retomar em julho a guerra contra o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK). Estava sendo processado pelo governo.
O governo é altamente suspeito. A Turquia tem uma longa história de assassinatos políticos não resolvidos. A oposição acusa Erdogan de reiniciar a guerra para recuperar a maioria parlamentar para seu Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP).
Depois de um atentado terrorista em Suruç em que foram mortos 32 curdos que se preparava para apoiar a resistência curda na guerra civil da Síria, atribuído ao Estado Islâmico do Iraque e do Levante, Erdogan declarou guerra ao EI e iniciou uma intervenção direta no conflito sírio. Mas atacou muito mais os curdos, temendo que unissem a região sob seu controle na Síria ao Curdistão iraquiano, que já tem um governo autônomo, para declarar a independência do país.
Um Curdistão independente reivindicaria soberania sobre o Sudeste da Turquia, onde os curdos são maioria.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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