A Turquia derrubou hoje um avião de guerra da Rússia perto da fronteira com a Síria, acusando-o de violar repetidas vezes o espaço aéreo turco. A Rússia negou a invasão do espaço aéreo turco.
O presidente Vladimir Putin descreveu o incidente como "uma punhalada pelas costas" e afirmou que haverá "sérias consequências", noticiou a televisão pública britânica BBC.
Os dois pilotos saltaram de paraquedas e foram mortos por rebeldes turcomenos, noticiou a agência Reuters citando o comando militar rebelde como fonte. Isso pode ser enquadrado como crime de guerra. A Turquia disse que eles podem estar vivos.
"Durante todo o tempo, o avião voou apenas no espaço aéreo turco", declarou em nota em Moscou o Ministério da Defesa da Rússia. O presidente Putin lamentou que a Turquia tenha recorrido à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), a aliança militar liderada pelos Estados Unidos, antes de comunicar o fato à Rússia.
A Turquia convocou uma reunião de emergência da OTAN. Putin alegou que na área havia voluntários russos que foram para a Síria lutar ao lado de terroristas e seriam ameaça à Rússia quando voltaram para casa.
O presidente da França, François Hollande, está hoje em Washington com o presidente Barack Obama, depois de se encontrar ontem em Paris com o primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron.
Amanhã, recebe a primeira-ministra da Alemanha, Angela Merkel, e quinta-feira vai a Moscou conversar com Putin, na tentativa de articular uma grande aliança de grandes potências contra o Estado Islâmico do Iraque e do Levante.
A queda do avião russo mostra as limitações da cooperação militar entre a Rússia e as potências ocidentais e seus aliados no Oriente Médio porque os objetivos são diferentes.
A Turquia, país-membro da OTAN, exige a saída do ditador sírio, Bachar Assad, que a Rússia e o Irã querem manter no poder a qualquer preço.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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