Sem citar o Estado Islâmico do Iraque e do Levante, o Serviço Federal de Segurança da Rússia anunciou hoje oficialmente que uma bomba artesanal de um quilo derrubou um avião de passageiros da companhia russa Metrojet em 31 de outubro de 2015 na Península do Sinai, matando todas as 224 pessoas a bordo, mais do que na onda de terror em Paris, onde 129 morreram.
A Província do Sinai do Estado Islâmico, o braço da milícia terrorista no Egito, assumiu a responsabilidade pelo atentado. As autoridades russas e egípcias não admitiram essa hipótese no primeiro momento por causa das implicações políticas.
Durante uma reunião do Estado-Maior da Rússia sobre a campanha na Síria, o presidente Vladimir Putin ofereceu uma recompensa de US$ 50 milhões por pistas, prometeu caçar os terroristas responsáveis por todos os cantos do planeta e intensificar a campanha aérea contra o Estado Islâmico na Síria.
Putin orientou a Marinha de Guerra da Rússia a entrar em "contato direto" com o porta-aviões francês Charles de Gaulle para coordenar as operações.
"Um destacamento naval francês liderado por um porta-aviões chegará em breve a seu setor. Devemos fazer contato direto com os franceses e trabalhar com eles como aliados", ordenou o homem-forte do Kremlin.
Depois dos atentados em Paris, o que parecia uma fraqueza para Egito e Rússia, ser alvo de um atentado terrorista, se transformou num elemento capaz de provocar a solidariedade e a união contra um inimigo comum. O Estado Islâmico dá a Putin a oportunidade de se reaproximar do Ocidente depois da crise causada pela intervenção militar russa na Ucrânia.
Em 26 de novembro, dois dias de ir a Washington, o presidente da França, François Hollande, vai a Moscou discutir o combate ao terrorismo dos extremistas muçulmanos. Hollande apelou aos Estados Unidos e à Rússia para que se unam contra o Estado Islâmico.
No domingo, o secretário de Estado americano, John Kerry, e o ministro do Exterior russo, Serguei Lavrov, apresentaram um cronograma para a paz na guerra civil da Síria, essencial na luta contra o terrorismo.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
terça-feira, 17 de novembro de 2015
Rússia confirma que bomba derrubou avião no Sinai
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