O ataque ao Hotel Radisson Blu em Bamako, no Mali, acabou há pouco. Pelo menos 27 pessoas foram mortas, inclusive cinco terroristas, confirmou um representante das Nações Unidas. Todos os reféns sobreviventes foram libertados, anunciaram autoridades deste país da África Ocidental citadas pela Agência France Presse (AFP).
Com o apoio da rede terrorista Al Caeda no Magreb Islâmico, os rebeldes da milícia extremista muçulmana Al-Mourabitoun (As Sentinelas), liderada pelo argeliano Mokhtar Belmokhtar, invadiram o hotel às sete da manhã (5h em Brasília) e tomaram cerca de 170 reféns. Vários foram libertados depois de provar que eram muçulmanos recitando trechos do Corão, o livro sagrado do islamismo.
Pelo menos dois terroristas foram mortos. Um dos reféns mortos foi identificado como o belga Geoffrey Dieudonné, assessor do parlamento regional da Federação Valônia-Bruxelas. Ele estava no Mali em missão da Francofonia Parlamentar, uma aliança de países que falam francês. Participava de um seminário para melhorar a formação dos assessores parlamentares malineses
Se for confirmada a responsabilidade de grupos ligados à rede Al Caeda, fica evidente uma competição com o Estado Islâmico do Iraque e do Levante pela liderança do movimento jihadista.
O grupo Ansar Dine, ligado a Al Caeda no Magreb, ameaçou atacar a França semanas atrás. Seu líder elogiou o ataque ao jornal satírico Charlie Hebdo, em Paris, em 7 de janeiro de 2015. Pode estar associado ao ataque ao hotel no Mali.
Ao abrir o 2º Fórum Internacional de Dacar sobre a Segurança na África, o presidente do Senegal, Macky Sall, declarou que é preciso mudar as missões de manutenção da paz da ONU na África para missões de imposição da paz: "Precisamos combater, em vez de apenas manter a paz."
Todo dia os capacetes azuis da ONU são alvo de milícias extremistas muçulmanos no Norte do Mali, onde 55 foram mortos neste ano. É a maior perda de soldados da ONU em 2015.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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