domingo, 29 de novembro de 2015

Atirador em clínica de aborto nos EUA tinha motivação política

O atirador que ocupou uma clínica do grupo Planned Parenthood e matou três pessoas em Colorado Springs, nos Estados Unidos, identificado ontem como Robert Lewis Dear, de 57 anos, é um desequilibrado mental, mas tinha objetivos políticos. À polícia, ele declarou que "não haveria mais pedaços de bebês", noticiou o jornal The Washington Post.

No sábado à noite, a Planned Parenthood revelou que testemunhas haviam tido que Dear decidiu atacar a clínica por ser contra o aborto. A clínica também entregava tecidos de fetos para pesquisas científicas.

O policial que confirmou a notícia pediu anonimato. Ele disse que "definitivamente foi politicamente motivado". Não poderia falar abertamente enquanto a investigação do caso está em andamento.

A televisão NBC, a primeira a dar a notícia, acrescentou que acrescentou que Dear mencionou negativamente o presidente Barack Obama numa série de declarações confusas que suscitaram dúvidas sobre seus motivos e seu estado mental.

Dear era conhecido da polícia desde 1997, quando sua mulher na época o acusou de agressão, mas preferiu não levar o caso adiante. Ele se mudou para o estado da Carolina do Sul, onde houve sete episódios de conflito com vizinhos. Em maio de 2002, uma vizinha o denunciou por assédio sexual.

"Ele reclamava de tudo", contou um vizinho em Colorado Springs, no estado do Colorado. "Dizia que trabalhava para o governo e que todo o mundo o perseguia, mas que ele sabia de segredos dos EUA. Ele dizia: 'Ninguém mexe comigo porque tenho informações suficientes para por todos os EUA em perigo.' Era muita loucura."

Há pouco mais de um ano, Dear se mudou de um trêiler na Carolina do Norte para uma casinha de madeira por ele construída, mas acabou voltando para o Colorado, onde se registrou como eleitor em outubro de 2014.

O grupo Planned Parenthood tem sido um dos alvos preferenciais dos aspirantes à candidatura do Partido Republicano à Presidência dos EUA em 2016. Em nota, chamou o caso de "terrorismo doméstico" e denunciou a linguagem radical de ativistas antiaborto pelo ataque.

Desde 1977, pelo menos dez pessoas foram mortas em ataques a clínicas de aborto nos EUA, que foram mais de mais de cem ataques incendiários.

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