A Procuradoria-Geral da Colômbia suspendeu todas as denúncias contra membros do secretariado das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), que inclui os comandantes militares do grupo guerrilheiro, informou hoje o jornal El Espectador.
A medida é consequência do acordo anunciado ontem nas negociações de paz realizadas em Havana para a criação de um tribunal especial de paz para processar os crimes cometidos em 50 anos de guerra civil das FARC contra o Estado colombiano.
Foi um passo decisivo para a paz definitiva. Deve haver uma anistia, mas não para os "crimes contra a humanidade", como exige a sociedade colombiana. Atualmente, a Procuradoria investiga 38 mil casos ligados à guerra civil. O ministro da Justiça, Yesid Reyes Alvarado, declarou que até ex-presidentes podem ser acusados pelo novo tribunal.
O governo e a guerrilha prometeram ontem chegar a um acordo de paz em seis meses para que os rebeldes deponham as armas e se integrem à vida civil como um movimento político. Mas o fim da guerra não deve significar o fim da violência na Colômbia, onde mais de 500 mil pessoas foram mortas desde o assassinato do líder liberal Jorge Eliécer Gaitán, em 9 de abril de 1948.
A exemplo do que aconteceu em países da América Central, o fim da guerra civil deve deixar milhares de guerrilheiros sem qualquer qualificação em condições difíceis de se reintegrar à sociedade. Isso acabou fortalecendo as gangues do crime organizado. Os cartéis do tráfico oferecem uma opção de vida. As extorsões, sequestros e assaltos à mão armada devem continuar
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
quinta-feira, 24 de setembro de 2015
Colômbia suspende processos contra líderes das FARC
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