A Força Aérea da Rússia entrou em ação pela primeira vez hoje na guerra civil da Síria, bombardeando posições rebeldes perto da cidade de Homs, a terceira maior do país, a pedido do ditador Bachar Assad, enquanto os Estados Unidos atacaram o Estado Islâmico do Iraque e do Levante perto de Alepo, a segunda maior cidade síria.
Em discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas na última segunda-feira, o presidente russo, Vladimir Putin, defendeu o apoio à ditadura de Assad como única maneira de acabar com o conflito na Síria, que matou mais de 250 mil pessoas em quatro anos e meio, mas analistas militares alegam que os alvos escolhidos hoje não têm importância estratégica para a luta contra o Estado Islâmico.
O objetivo maior de Putin seria apresentar a Rússia como uma potência mundial. As autoridades russas só avisaram os EUA depois da operação e alegaram o direito de usar o espaço aéreo a pedido de Assad. Na ONU, Putin argumentou que os bombardeios aéreos americanos na Síria são ilegais porque não contam com a aprovação do regime.
Em entrevista coletiva, o secretário da Defesa dos EUA, Ashton Carter, considerou a posição da Rússia "contraditória", alegando que aparentemente não há combatentes do Estado Islâmico na área bombardeada pelos russos perto de Homs. Os alvos seriam outros grupos que combate a ditadura de Assad, um aliado do Kremlin.
Ao não coordenar a ação com os EUA, apesar das promessas feitas no encontro entre os presidentes Barack Obama e Vladimir Putin segunda-feira na ONU, a Rússia agiu de maneira "antiprofessional", acusou o chefe do Pentágono.
O governo de Israel foi avisado através de um telefonema para o assessor de Segurança Nacional, Yossi Cohen, uma hora antes do ataque.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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