O atentado a bomba que matou 20 pessoas em 17 de agosto de 2015 no centro de Bangkok foi uma vingança pela deportação de 109 migrantes uigures para a China e a repressão a gangues de tráfico de pessoas, afirmou hoje o chefe da Polícia Nacional da Tailândia, Somyot Poompanmoung.
Foi a primeira vez que as autoridades tailandesas apontam os principais suspeitos do ataque contra um santuário situado numa área de comércio do centro da capital do país. Até agora, apesar da prisão de vários suspeitos do povo uigur originários da província de Xinjiang, no Noroeste da China, a junta militar que governa a Tailândia proibia a polícia de falar em terrorismo e culpar diretamente os uigures.
De acordo com o chefe da polícia, a máfia do tráfico humano responsável pela migração ilegal de uigures foi desbaratada. Somyot acrescentou não ter indícios de ligação entre o grupo e um ataque a um consulado tailandês na Turquia.
Os uigures, majoritariamente muçulmanos, têm origem turca e lutam contra a crescente dominação econômica e cultural dos chineses do povo hã. Um grupo radical, o Movimento pela Libertação do Turquestão Oriental, é acusado pelo regime comunista da China de iniciar uma luta armada contra o governo central.
Se a responsabilidade dos uigures for confirmada, vai levar a um envolvimento maior da China nas questões de segurança no Sudeste Asiático, onde tem disputas territoriais com vários países vizinhos.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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