Os investidores estrangeiros tiraram US$ 40 bilhões dos países emergentes no terceiro trimestre de 2015, na maior fuga de capitais desde o último trimestre de 2008, no auge da Grande Recessão, revelou hoje o Instituto de Finanças Internacionais, citado pela agência de notícias Bloomberg.
No fim de 2008, os investidores venderam US$ 105 bilhões em ativos de mercados emergentes, em muitos casos para cobrir posições nos países ricos.
Agora, a fuga é estimulada pela desaceleração do crescimento da China, o colapso nos preços dos produtos primários e a expectativa de que o banco central dos Estados Unidos aumente as taxas básicas de juros antes do fim do ano.
A política de juro zero da Reserva Federal (Fed), que imprimiu dinheiro para estimular a economia americana, terminou por levar esse dinheiro para os países emergentes, onde havia melhores oportunidades de negócios.
Hoje a tendência se inverteu. As moedas do Brasil e da África do Sul desabaram. A decisão do Comitê de Mercado Aberto do Fed de não aumentar juros em setembro deu um fôlego, mas 84% dos economistas ouvidos pela Bloomberg esperam uma alta em dezembro.
Cerca de US$ 19 bilhões foram resultado de venda de ações e os outros US$ 21 bilhões da venda de títulos de dívidas de países emergentes e suas empresas. De julho a setembro de 2015, o índice MSCI de mercados emergentes registrou queda de 20%. Foi o maior recuo em quatro anos.
"A reação é muito grave, mas a maior parte dos danos provavelmente já aconteceu", comentou Brendan Ahern, diretor-executivo do Krane Fund Advisors LLC em Nova York. "É o efeito triplo de queda no crescimento dos investimentos, declínio nos preços dos produtos primários e do dólar forte."
Ontem, o Fundo Monetário Internacional (FMI) revelou que as dívidas de empresas não financeiras nos mercados emergentes pulou de US$ 4 bilhões em 2004 para US$ 18 trilhões em 2014.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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