Com 33% a 35% dos votos, a Coligação de Esquerda Radical (Syriza) venceu as eleições parlamentares realizadas hoje na Grécia. O líder do partido conservador Nova Democracia, Vangelis Meïmarakis, reconheceu a derrota 15 minutos atrás.
Apesar de uma grande abstenção de 40%, os gregos deram uma segunda chance ao primeiro-ministro Alexis Tsipras, vencedor das eleições anteriores, em 25 de janeiro. A ND recebeu 28% dos votos e o partido neofascista Aurora Dourada, 7%.
A Syriza deve eleger cerca de 145 deputados. Vai precisar de uma coalizão para ter maioria no Parlamento da Grécia, de 300 cadeiras. Com 3,7% dos votos, o partido Gregos Independentes, parceiro menor da coligação de governo, deve eleger uns 10 deputados. Será suficiente.
No poder, Tsipras chegou a romper as negociações com os credores da dívida pública da Grécia e a convocar um plebiscito para legitimar a decisão. Quando voltou atrás, o partido se dividiu e o governo perdeu a maioria no Parlamento. Isso levou Tsipras a pedir demissão em agosto e à convocação de eleições antecipadas.
A Grécia enfrenta uma depressão que reduziu o produto interno bruto do país em 25% nos últimos seis anos e elevou o desemprego a 27% da população em idade de trabalhar. Tsipras se elegeu em janeiro como o candidato contra a austeridade fiscal. Foi obrigado a recuar para manter o país na união monetária europeia.
Com o novo acordo, a dívida pública grega subiu para 200% do PIB. O país precisa de uma renegociação que reduza o total da dívida, adverte o Fundo Monetário Internacional, mas os sócios da Grécia na Zona do Euro não querem arcar com o prejuízo.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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