O núcleo do índice de preços ao consumidor do Japão registrou queda de 0,1% ao ano em agosto de 2015. Foi a primeira baixa desde que o banco central do país lançou um programa de estímulo de US$ 670 bilhões para combater a estagnação e a deflação, duas pragas da economia japonesa desde os anos 1990s.
A inflação plena, incluindo os preços mais voláteis de energia e alimentos, foi zero em relação a julho, mas subiu 0,2% na comparação anual, informou o jornal Asahi Shimbun, citando como fonte dados oficiais do Ministério do Interior.
Desde que chegou ao poder, em dezembro de 2012, o primeiro-ministro Shinzo Abe luta para acabar com a estagdeflação, assustado com o extraordinário crescimento da China, rival histórica do Japão. A forte queda nos preços do petróleo desde o ano passado complica a tarefa da chamada abeconomia.
Ontem, depois de ser reeleito líder do Partido Liberal-Democrata (PLD) por mais três anos, Abe prometeu disparar "três novas flechas" para aumentar o produto interno bruto em 22% sem fixar prazo, melhorar os benefícios sociais para as famílias de modo a estimular a natalidade e ampliar a cobertura previdenciária para os idosos.
Enquanto o plano de 2012 parecia uma estratégia ampla para revigorar a terceira maior economia do mundo, o discurso de ontem parece mais uma jogada eleitoreira. Abe não falou em abrir mais o país para imigrantes, aparentemente a única medida eficaz contra o envelhecimento da população, o mais rápido do mundo, um forte peso sobre a Previdência Social.
Com os limites no que pode conseguir com as políticas fiscal e monetária, o chefe de governo acena com crescimento, mais nascimentos e mais cuidados à velhice, mas não apontou nenhuma medida política concreta para realizar estes objetivos.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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