No pior dia da história militar dos Emirados Árabes Unidos, 45 soldados deste país foram mortos ontem por rebeldes hutis na guerra civil do Iêmen. Foi um duro golpe na aliança militar liderada pelo Arábia Saudita, que prometia reconquistar a capital iemenita, Saná, nos próximos dias.
Os rebeldes hutis, xiitas zaiditas apoiados pelo Irã, derrubaram em fevereiro o presidente Abed Rabbo Mansur Hadi, que fugiu para a Arábia Saudita. Para combater a expansão do xiismo e devolver o poder ao presidente deposto, os sauditas organizaram uma aliança de países sunitas.
Em 25 de março de 2015, a coalizão saudita começou a bombardear posições dos hutis. A primeira vitória importante foi impedir que os rebeldes tomassem o porto de Áden, a segunda cidade mais importante do país, capital do Iêmen do Norte até a unificação do país, em 1990.
Logo ficou evidente que a missão não seria cumprida sem forças terrestres. Os EAU assumiram uma posição central nesta luta. Por isso, sofreram tantas baixas quando um míssil balístico dos rebeldes atingiu uma base militar da aliança na província de Maribe.
Outro membro da aliança militar, o Bahrein, perdeu cinco soldados.
Com mais de 4 mil mortos, a guerra civil do Iêmen se tornou nos últimos meses uma das mais violentas do Oriente Médio. Os hutis, que negam receber ajuda do Irã, declararam em nota que o ataque à base foi "uma resposta legítima do exército e dos comitês populares aos crimes e ao genocídio cometidos pela agressão saudita e seus mercenários."
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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