Depois de passar por Cuba sem falar publicamente nos presos políticos do regime comunista, o papa Francisco chegou nos Estados Unidos indicando claramente as questões que deseja abordar durante a visita: a desigualdade social em meio à riqueza, a situação dos imigrantes ilegais latino-americanos e a proteção ao meio ambiente.
Com a popularidade de um popstar, Francisco atraiu a maior multidão reunida em Washington desde a posse de Barack Obama no primeiro mandato, em janeiro de 2009. Hoje à tarde, ele se torna o primeiro papa a discursar no Congresso dos EUA.
Suas críticas à ganância do capitalismo, sua tolerância com o homossexualismo e a promessa de perdão a quem faz aborto e se arrepende tornaram o papa alvo de críticas dos setores mais conservadores.
O governador de Nova Jérsei, Chris Christie, católico e aspirante à candidatura do Partido Repúblicano na eleição presidencial de 2016, declarou constrangido que "a infalibilidade do papa é em questões religiosas e não em política".
A Igreja Católica dos EUA, tradicionalmente conservadora, está à direita de Francisco. Outro tema delicado é a imigração. Descendente de italianos, o papa defendeu a legalização dos imigrantes e descreveu os EUA como um país construído por imigrantes.
Nos jardins da Casa Branca, Francisco deu apoio às negociações sobre o clima, advertindo que "o aquecimento global não é um problema que possa ser deixado para as próximas gerações". Também disse que veio em defesa da família e do casamento.
A maioria dos candidatos republicanos costuma afirmar que o aumento da temperatura média do planeta não é resultado da ação do homem, mais especificamente da queima de combustíveis fósseis como gás natural, carvão e petróleo.
As teses do papa estão mais próximas do Partido Democrata. Talvez ninguém tenha ficado tão feliz quanto Obama, observou o jornal The New York Times. Francisco já foi obrigado a esclarecer que não é comunista, orienta-se pela doutrina social da Igreja.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
quinta-feira, 24 de setembro de 2015
Papa fala de pobreza, imigração e aquecimento global nos EUA
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