Neste momento de aumento da atividade no reator da Coreia do Norte em Yongbion, a China tenta reabrir as negociações com o país. Em 18 e 19 de setembro, um instituto de pesquisas chinês vai realizar um fórum reunindo especialistas dos seis países envolvidos, anunciou ontem o Ministério do Exterior da China.
A meta é reunir acadêmicos e especialistas das duas Coreias, dos Estados Unidos, do Japão, da Rússia e da China para discutir a questão. Várias tentativas de retomar o processo foram feitas desde que as negociações entraram em colapso, em 2008.
O desenvolvimento de armas nucleares pela Coreia do Norte ganhou força depois que o então presidente americano George Walker Bush colocou o país no chamado "eixo do mal", ao lado do Irã e do Iraque, e invadiu o Iraque para depor o ditador Saddam Hussein.
Sob ameaça, o regime comunista norte-coreano realizou três explosões nucleares experimentais, em 2006, 2009 e 2013. Os analistas acreditam que tenha algumas bombas atômicas, mas não se sabe se já tem capacidade para instalar uma bomba num míssil.
Ao intensificar as atividades nucleares, a Coreia do Norte ameaçou atacar os EUA. Mas a China, sua principal aliada, está cada vez mais insatisfeita com o aumento da tensão na Península Coreana.
Desde que perdeu seu principal patrocinador com o fim do comunismo e a dissolução da União Soviética, o regime stalinista de Pionguiangue faz uma chantagem atômica com os EUA e seus aliados Coreia do Sul e Japão. Exige ajuda de energia e alimentos. Já prometeu encerrar seu programa nuclear pelo menos seis vezes. Mas vê armas atômicas como sua maior garantia contra tentativas de mudar seu regime político.
Com o reatamento de relações entre os EUA e Cuba, a Coreia do Norte é o último conflito remanescente da Guerra Fria. Para mostrar sua determinação, o jovem e inexperiente líder supremo Kim Jong Un estaria disposto a aproveitar o dia 9 de outubro, data do primeiro teste nuclear norte-coreano, em 2006, para testar um míssil intercontinental capaz de jogar a bomba nos EUA.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário