terça-feira, 29 de setembro de 2015

EUA e Rússia concordam em manter diálogo, diz chanceler russo

Depois de trocarem acusações na Assembleia Geral das Nações Unidas sobre a guerra civil na Síria, a maior tragédia humanitária hoje no mundo, os presidentes dos Estados Unidos, Barack Obama, e da Rússia, Vladimir Putin, conversaram ontem durante uma hora e meia sem chegar a um acordo, mas os dois países vão manter o diálogo, afirmou hoje o ministro do Exterior russo, Serguei Lavrov.

Foi o primeiro encontro dos dois líderes depois da anexação ilegal da Crimeia pela Rússia em março de 2014, tema de um violento discurso do presidente da Ucrânia, Petro Porochenko, contra Putin. O homem-forte da Rússia descreveu a conversa com Obama como "surpreendentemente franca". A Síria e a Ucrânia foram os principais assuntos.

Qualquer ação militar conjunta contra a milícia terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante, um inimigo comum, é "irrealista", observou Lavrov em entrevista à televisão estatal Russia Today, mas ações em terra ou no ar exigem coordenação.

Em seu discurso, o primeiro em dez anos na Assembleia Geral, Putin tentou apresentar a Rússia como um agente racional. Sua maior preocupação em relação ao Ocidente é negociar o fim das sanções que estão estrangulando a economia russa ao lado da forte queda nos preços do petróleo.

Apesar de ter estacionado 28 aviões de combates, helicópteros e 2 mil soldados numa base da província de Latakia, na opinião de analistas internacionais, a Rússia não deve investir muitos recursos na guerra civil da Síria por causa da crise econômica.

Putin tenta resgatar parte do poder imperial soviético. Conseguiu um encontro de cúpula com o presidente dos EUA que nem de longe lembra o tempo da Guerra Fria. Mas não tem recursos para bancar o jogo contra o Ocidente em todos os tabuleiros, como gostaria.

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