Sob pressão da ala mais radical da direita do Partido Republicano, o presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, deputado John Boehner, anunciou hoje que vai deixar o cargo no fim de outubro. Seu provável sucessor é o atual líder da bancada majoritária, deputado Kevin McCarthy, informou o jornal The Washington Post.
Como presidente da Câmara, Boehner é o segundo substituto do presidente Barack Obama, depois do vice-presidente Joe Biden. É também o republicano que ocupa o cargo mais alto nos EUA. Isso o torna o principal líder da oposição.
Nesta posição, onde está há quase cinco anos, desde as primeiras eleições intermediárias do governo Obama, Boehner é alvo de uma pressão constante dos deputados ligados ao grupo radical de direita Festa do Chá. A ultradireita cobra uma confrontação constante em temas como aborto, imigração, gastos públicos e o programa de Obama para universalizar a cobertura de saúde.
Agora, quer forçar mais uma vez a paralisação dos serviços não essenciais do governo federal para negar dinheiro do orçamento para a organização não governamental Planned Parenthood, que, entre outras atividades, financia abortos.
A renúncia de Boehner mostra que o radicalismo da direita americana divide não apenas o Congresso, mas também o Partido Republicano. Hoje a ultradireita está festejando uma vitória na luta pelo controle do partido.
Ao empurrar o partido mais para a direita, contra as minorias, contra os migrantes, contra os latinos, majoritariamente branco, a favor do Estado mínimo, negando o aquecimento global e defendendo o uso da forças nas relações internacionais, a direita republicana o torna mais inelegível.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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