Num golpe de Estado, militares da guarda presidencial de Burkina Fasso invadiram hoje uma reunião ministerial, prenderam e destituíram o presidente Michel Kafando, o primeiro-ministro Yacouba Isaac Zida e dois ministros.
Político e diplomata, Kafando estava no poder interinamente desde 21 de novembro de 2014 com a tarefa de preparar as eleições legislativas e presidencial marcadas para 11 de outubro de 2015. O golpe ameaça a democratização do país.
O antigo braço direito do presidente deposto, general Gilbert Diendéré, foi nomeado chefe do Conselho Nacional da Democracia depois da dissolução do governo pelos militares. A guarda presidencial ou Regimento de Segurança do Presidente (RSP), seu nome oficial, não deu explicações para justificar o golpe.
Ao anoitecer, os militares golpistas dispararam rajadas de metralhadora para o ar para dispersar manifestantes que protestavam diante do palácio presidencial. O RSP era um sustentáculo da ditadura de Blaise Compaoré, derrubado sob pressão de protestos populares em outubro de 2014, quando tentava mudar a Constituição para conseguir mais um mandato depois de 27 anos no poder.
Em comunicado conjunto, as Nações Unidas, a União Africana e a Comunidade Econômica dos Países da África Ocidental (Ecowas) exigiram a libertação imediata dos presos e reafirmaram seu compromisso com o processo da retorno à democracia.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário