O dirigente máximo do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), Khaled Mechal, acusou Israel de "matar o processo de paz" no Oriente Médio, que seu grupo sempre rejeitou.
Em entrevista à televisão pública britânica BBC em seu exílio no Catar, o líder do Hamas negou que seu grupo seja terrorista. Ele exortou os Estados Unidos a aplicarem sobre o governo israelense a mesma pressão usada contra os palestinos para pressionar pela retomada das negociações diretas.
Mechal rejeitou qualquer paralelo entre o Hamas milícias jihadistas como Al Caeda e o Estado Islâmico, alegando que estes grupos têm presença marginal em Gaza e não são movidos pelo nacionalismo e o sonho de independência.
Sem reconhecer que os métodos do Hamas podem ser enquadrados como terroristas ao atacar civis inocentes, Mechal comparou o movimento nacional palestino à guerra da independência dos Estados Unidos, à resistência da França ao nazismo na Segunda Guerra Mundial e dos vietnamitas à intervenção militar americana e à luta da maioria negra contra o regime segragacionista do apartheid na África do Sul: "É uma causa justa. Não é terrorismo. Somos vítimas do terrorismo de Israel há décadas."
Mas não basta uma causa justa. Os métodos de luta precisam respeitar as leis da guerra, a começar pela proteção de civis inocentes. O terrorismo é endêmico no Oriente Médio. Todos os países e grupos armados podem ser acusados.
A questão do terrorismo está não apenas na causa. Os alvos precisam ser legítimos. Um exército de ocupação pode ser considerado um alvo legítimo, mas atacar escolas, restaurantes, pontos de ônibus e locais de concentração de civis inocentes é crime.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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