sexta-feira, 6 de novembro de 2015

EUA superam expectativa e geram mais 271 mil empregos

A economia dos Estados Unidos gerou 271 mil postos de trabalho a mais do que fechou em outubro de 2015, batendo as previsões dos analistas, de um saldo de 185 mil vagas, revelou hoje o relatório oficial de emprego do Departamento do Trabalho. Em agosto e setembro, foram criadas 12 mil vagas a mais do que estimado anteriormente.

O índice de desemprego, medido em outra pesquisa, de amostra de domicílios, caiu de 5,1% para 5%. É a menor taxa desde abril de 2008. Seis anos depois do fim da Grande Recessão, 7,9 milhões de trabalhadores estão procurando emprego.

Foi o ritmo mais forte de contratações desde o início do ano. Reforça a tendência do Comitê de Mercado Aberto da Reserva Federal (Fed) de voltar a elevar, em dezembro, as taxas básicas de juros da maior economia do mundo. Elas estão praticamente zeradas desde dezembro de 2008, no auge da crise financeira internacional.

A média dos últimos três meses ficou em 187 mil empregos, abaixo da média mensal do primeiro semestre, de 210 mil vagas, mas o ganho bem acima das expectativas em outubro é sinal de uma reaceleração da economia americana. O índice de crescimento do produto interno bruto havia caído de um ritmo anual de 3,9% no primeiro trimestre para 1,5% no segundo trimestre.

Como os formuladores da política monetária do banco central americano haviam sinalizado que não seria necessário um saldo superior a 200 mil vagas por mês para aumentar os juros, o mercado aposta numa alta na última reunião de 2015, em 15 e 16 de dezembro. Para o delegado federal do Fed em São Francisco, Jon Williams, um saldo de 100 mil vagas por mês é suficiente para garantir um crescimento estável.

"Sob todos os aspectos, o emprego em outubro foi muito forte, pintando uma perspectiva brilhante para a economia", comentou em nota o economista Joseph Carson, analista da corretora Alliance Bernstein, citado pelo jornal The Wall Street Journal. "O Comitê de Mercado Aberto não tem mais desculpas para retardar a normalização gradual das taxas oficiais."

Para tomar sua decisão, o Fed observa sobretudo o desemprego, que em 5% se aproxima do pleno emprego, e se a inflação caminha para a meta informal de 2% ao ano. A maior geração de empregos em outubro foi no setor privado, 268 mil vagas, enquanto os governos contrataram mais 3 mil funcionários.

O índice amplo de desemprego, incluindo quem só trabalha em meio turno ou desistiu de procurar trabalho, caiu para 9,8%, o menor desde maio de 2008. Em outubro, 269 mil pessoas a menos do que em setembro declararam estar "trabalhando em meio turno por razões econômicas.

A taxa de ocupação da força de trabalho foi de 62,4%, a menor desde 1977, durante a primeira crise do petróleo.

Nos últimos meses, com a desaceleração na China, a recessão no Brasil e a estagnação na Zona do Euro, a economia mundial travou o crescimento dos EUA. Isso explicaria a geração menor de empregos em agosto e setembro, o que levou o Fed a ser cauteloso e adiar a retomada das altas de juros.

Em depoimento no Congresso dos EUA há dois dias, a presidente do Fed, Janet Yellen, declarou que, "se nos mexermos, digamos, em dezembro, seria baseado na expectativa, que acredito que seja justificada, de que com a melhora no mercado de trabalho e o declínio dos fatores transitórios a inflação vai subir para 2%."

Com a mesma cautela, o delegado federal do Fed em Chicago, Charles Evans, avaliou que o índice de desemprego "é apenas um número". E acrescentou: "Um crescimento forte dos salários seria um componente importante na minha perspectiva e também pressões para elevar a inflação para 2%."

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