Mais de 400 pessoas foram mortas em três semanas na ofensiva da milícia extremista Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL) contra a cidade curda de Kobane, no Norte da Síria, que os árabes chamam de Ain al-Arab, noticiou hoje a Agência France Presse (AFP). Há violentos combates nas ruas. Ontem, o EIIL hasteou sua bandeira para mostrar que domina parte da cidade.
A Força Aérea dos Estados Unidos e seus aliados estão bombardeando posições dos terroristas, mas não pode fazer isso dentro da área urbana para não atingir a população civil que pretende proteger. Os guerrilheiros curdos, os peshmergas, pediram ajuda à Turquia, que mobilizou tropas do outro lado da fronteira, mas não entrou em território sírio.
O Estado Islâmico invadiu a cidade pelo leste e agora ataca também pelo norte, sul e oeste. Uma derrota em Kobane obrigará o presidente Barack Obama a rever sua estratégia de não enviar forças terrestres. Uma possibilidade é que a Turquia faça a operação em terra.
Com medo que a guerra se alastre para seu território, a Turquia pediu à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), a aliança militar dos EUA com a Europa, que faça um plano de defesa. A aliança, fundada em 1949 para se opor à União Soviética, tem como regra básica que "um ataque contra um é um ataques contra todos".
O comandante das operações militares dos EUA para combater o Estado Islâmico, general John Allen, e o subsecretário de Estado, embaixador Brett McGurk, estão viajando para a Turquia, onde se reúnem com oficiais turcos nos dias 9 e 10 de outubro de 2014.
Em entrevista a Christiane Amanpour, na rede de televisão americana CNN, o primeiro-ministro turco, Ahmet Davutoglu, repetiu o que já havia afirmado o presidente e ex-primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan: se a Turquia entrar na guerra terrestre, será para derrubar o ditador sírio, Bachar Assad, que responsabiliza pela guerra civil.
Quando o Parlamento da Turquia autorizou o Exército a realizar operações no exterior para combater o EIIL e outros grupos jihadistas, a Síria advertiu que qualquer ação em seu território será considerada uma agressão. O novo primeiro-ministro do Iraque, Haider al-Abadi, também rejeitou a presença de forças turcas em território iraquiano.
Erdogan prometeu impedir a queda de Kobane, mas até agora o Exército da Turquia não cruzou a fronteira. Isso deflagrou uma onda de protestos dos curdos, que são 20% da população da Turquia. Houve confrontos com a polícia em várias cidades turcas. Pelo menos cinco manifestantes foram mortos em Diyarbaki, a maior cidade curda do Sul do país.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
terça-feira, 7 de outubro de 2014
Batalha de Kobane já matou mais de 400 pessoas
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2 comentários:
SOS #Kobani
My city Kobani is under the fire of the terrorists. I strongly recommend you to share our story of suffering and misery in the city of #Kobani in northern Syria. The city is being attacked fiercely by the terrorists ISIS, commiting massacres within the Kurdish civilians and forcing more than 100,000 Kurds fleeing the tragic city. save #Kobani
Turquia e seu exército assistem sem se mover. VERGONHA1 Se Kobani cair vão se arrepender. SALVEM KOBANI!
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