Os cientistas japoneses Iasmu Akasaki, Hiroshi Amano e Shuji Nakamura, este último naturalizado americano, ganharam hoje o Prêmio Nobel de Física pela invenção de uma nova fonte de luz mais eficiente que levou à criação das lâmpadas de LED (diodo emissor de luz, do inglês), anunciou hoje em Estocolmo a Academia Real de Ciências da Suécia.
Eles "inventaram um diodo emissor de luz azul eficiente que permitiu desenvolver fontes de luz mais brilhantes e que poupam energia", justificou o Comitê do Nobel.
As lâmpadas de LED ainda são pouco vendidas no Brasil para iluminação, mas estão em câmeras, computadores, televisores e telefones celulares das últimas gerações. No Primeiro Mundo, já estão nas ruas.
"Você só precisa sair à rua para ver as lâmpadas de LED tomando conta, substituindo completamente as lâmpadas de [filamento encandescente de] Edison, durando muito mais e iluminando o mundo com uma luz muito mais forte", declarou Staffan Normak, da academia sueca. "E economizam um monte de energia."
Como um quarto da energia elétrica consumida no mundo é usado para iluminação, a lâmpada de LED é um grande salto tecnológico, especialmente se pensarmos que antes de Thomas Alva Edison patentear a lâmpada de filamento encandescente, em 1879, as cidades eram iluminadas com lâmpadas a óleo.
As lâmpadas de LED duram até 100 mil horas, dez vezes mais do que as lâmpadas fluorescentes e cem vezes mais do que as lâmpadas de filamento encandescente, que ainda dispersam 70% da energia em calor. Produzem quatro vezes mais luz do que lâmpadas fluorescentes e quase 20 vezes mais do que lâmpadas encandescentes.
Um LED é um tipo de diodo fabricado com várias camadas de materiais semicondutores que brilha com a passagem da corrente elétrica. Os diodos vermelho e verde existem há meio século. Era preciso inventar um de luz azul para combinar os três e produzir uma luz branca.
Depois de décadas de tentativas, os doutores Akasaki, Amano e Nakamura conseguiram usando uma substância química chamada de nitreto de gálio. Em 1986, Akasaki, da Universidade de Meijo, e Amano, da Universidade de Nagoia, no Japão, criaram o primeiro cristal de alta qualidade de nitreto de gálio. Em 1992, inventaram o primeiro diodo emissor de luz azul.
Nakamura, professor da Universidade da Califórnia em Santa Bárbara, começou a desenvolver a lâmpada de LED azul independentemente em 1988. Dois anos depois, chegou ao nitreto de gálio de alta qualidade. O trio se juntou depois para inventar um raio laser azul em que um diodo emissor de azul do tamanho de um grão de areia é um componente importante.
Por causa do comprimento de onda menor, o raio laser azul permite concentrar muito mais informação do que a luz infravermelha. O laser azul é a base da tecnologia usada nos aparelhos e discos de Blu-Ray, que reproduzem imagens de vídeo em alta definição.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
terça-feira, 7 de outubro de 2014
Japoneses ganham Prêmio Nobel de Física por lâmpada de LED
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