Os comandantes militares dos 22 países da aliança articulada pelos Estados Unidos para combater o Estado Islâmico do Iraque e do Levante se encontram hoje na base aérea de Andrews, em Washington. Devem reavaliar a estratégia no momento em que a milícia terrorista está prestes a vencer a Batalha de Kobane, na Síria, e luta a 15 quilômetros de Bagdá, no Iraque.
Com o colapso de mais uma unidade do Exército do Iraque, 80% província de Ambar estão praticamente nas mãos dos jihadistas. Eles chegaram a Abu Ghraib, na periferia de Bagdá, onde ficava a infame prisão de Saddam Hussein usada pelos americanos para torturar iraquianos, como ficou registrado em fotos escandalosas.
Os bombardeios americanos não conseguem deter a ofensiva lançada em 16 de setembro pelo EIIL. Na segunda-feira, pela primeira vez, o Estado Islâmico chegou ao centro histórico da cidade curda de Kobane, que os árabes chamam de Ain al-Arab. A milícia já controla o sul e o leste da cidade. Se conseguir cercá-la pelo norte, Kobane está liquidada.
A cidade fica na fronteira da Turquia, que não está permitindo a passagem de guerrilheiros curdos do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), inimigo histórico da Turquia hoje em negociações de paz. Eles iriam em ajuda às Unidades de Proteção do Povo, braço armado do partido curdo na Síria, incapaz de resistir à ofensiva jihadista.
Para o governo turco, são dois grupos terroristas se enfrentando. Os curdos da Síria são aliados da ditadura de Bachar Assad, que o governo turco responsabiliza pela instabilidade no Oriente Médio por causa da guerra civil em seu país. A Turquia só quer entrar na guerra ao lado dos EUA se o objetivo final for derrubar Assad.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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