Dois cientistas americanos e um alemão ganharam hoje o Prêmio Nobel de Química por "levar a microscopia ótica às nanodimensões", ao fazer as moléculas brilharem dando uma "super-resolução aos microscópios", anunciou hoje em Estocolmo a Academia Real de Ciências da Suécia. A técnica permite observar o comportamento das moléculas dentro das células em casos de câncer ou mal de Alzheimer.
Eric Betzig pesquisa no Instituto Médico Howard Hughes, em Ashburn, na Virgínia, e William Moerner na Universidade de Stanford, na Califórnia, ambos nos Estados Unidos. Stefan Hell dirige o Centro de Pesquisas do Câncer, em Heidelberg, na Alemanha. Eles trabalharam independentemente para criar a microscopia fluorescente de super-resolução. Vão dividir em três o prêmio de US$ 1,1 milhão.
É a quinta vez que o Nobel é dado por avanços na microscopia. "Este prêmio é sobre ver", declarou o químico Sven Lidin, presidente do Comitê do Nobel para Química, ao justificar a premiação. "O trabalho dos laureados permitiu estudar os processos moleculares em tempo real."
Foi um desafio colossal. Betzig chegou a abandonar a academia em 1995. Voltou depois de ficar dez anos trabalhando na fábrica de máquinas do pai.
Em 2000, Hell usou dois feixes de raios laser, um para dar brilho às moléculas e outro para eliminar a fluorescência não desejada. Betzig e Moerner desenvolveram métodos para estudar molécula por molécula, ligando e desligando a fluorescência em cada uma.
Com as técnicas de imagem desenvolvidas por eles, é possível ver como as moléculas formam sinapses entre as células nervosas, rastrear as proteínas responsáveis pelas doenças de Alzheimer, Huntington e Parkinson, e acompanhar proteínas individuais quando ovos fertilizados se transformam em embriões.
"Há estudos até mesmo sobre como um neurônio em crescimento se desenvolve através do aprendizado", acrescentou Lidin. "Podemos ver como a mente se desenvolve através desses métodos. É uma extraordinária caixa de ferramentas para a ciência."
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
quarta-feira, 8 de outubro de 2014
Nanoscopia dá Nobel de Química a americanos e alemão
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