quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Israel mata palestino e fecha acesso à Esplanada das Mesquitas

Um esquadrão antiterrorista de Israel matou hoje o palestino Moataz Hejazi, suspeito de atirar no rabino Yehuda Glick, um ativista que luta para que os judeus tenham amplo acesso ao lugar sagrado que chamam de Monte do Templo, enquanto os muçulmanos o conhecem como Esplanada das Mesquistas, parte da Cidade Antiga de Jerusalém. É o lugar mais sagrado do judaísmo e o terceiro lugar mais sagrado para o Islã, de onde o profeta Maomé teria subido aos céus.

Pela primeira vez desde o ano 2000, Israel limitou o acesso ao local, onde os muçulmanos costumam ir em massa nas sextas-feiras, sua folga semana religiosa. Promete reabri-lo amanhã.

"Esta perigosa escalada israelense é uma declaração de guerra ao povo palestino e a lugares sagrados para a nação árabe e o Islã", reagiu Naibul Abu Rudeineh, porta-voz da Autoridade Nacional Palestina.

A polícia israelense encontrou uma pistola e uma motocicleta na casa do suspeito, que havia passado 11 anos em prisões israelenses, onde entrou para a milícia Jihad Islâmica para a Libertação da Palestina. Hejazi prometeu ser "um espinho para os sionistas". 

Glick está hospitalizado em estado grave mas estável. Ele fazia campanha por maior acesso dos judeus ao Monte do Templo. Por causa das mesquitas, a área é administada por autoridades muçulmanas. Com base num acordo feito há décadas, os judeus não podem rezar no alto do monte, só no Muro das Lamentações, a parede oriental do antigo Tempo de Jerusalém.

O monte tornou-se um pomo da discórdia entre os dois povos e as duas religiões. Os fundamentalistas judeus sonham em reconstruir o templo. Isso exigiria a destruição das mesquitas.

Uma visita do então líder da oposição em Israel, o notório linha-dura Ariel Sharon, ao local sagrado, em 28 de setembro de 2000, deflarou a Segunda Intifada (revolta árabe), enterrando a tentativa do então presidente americano Bill Clinton de negociar a paz entre israelenses e palestinos. O último fechamento do local tinha sido para a visita de Sharon.

Nesta quinta-feira, a Suécia tornou-se o primeiro país da União Europeia a reconhecer oficialmente a Palestina como um país independente, o que o Brasil já fez. Em protesto, Israel retirou seu embaixador em Estocolmo.

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