Horas depois de uma multidão incendiar o Parlamento, o Exército de Burkina Fasso, um país da África, derrubou hoje o presidente Blaise Compaoré, no poder há 27 anos, dissolveu o governo e a Assembleia Nacional, e prometeu restaurar a democracia dentro de um ano, informou agora à noite a rede de televisão americana CNN.
Sob a alegação de que é o melhor para o país e de que tem apoio da "opinião pública nacional e internacional", "o governo está dissolvido", declarou o comandante do Estado-Maior das Forças Armadas Nacionais de Burkina Fasso, general Nabéré Honoré Traoré, que aparece no YouTube numa visita ao Marrocos no ano passado. Ele acrescentou: "Um governo provisório será estabelecido para preparar o retorno à ordem constitucional dentro de no máximo 12 meses."
Mas Compaoré se nega a renunciar. Depois de decretar estado de emergência, em entrevista ao Canal 3 da televisão de Burkina Fasso, o presidente voltou atrás e insistiu em abrir um diálogo nacional. Ele prometeu retirar a proposta de emenda constitucional para autorizar sua reeleição e deixar o cargo no fim do atual mandato, em 2015.
O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki Moon, pediu "calma e contenção" aos manifestantes para evitar mais violência. A ONU e a União Africana vão realizar uma missão de paz conjunta.
A França, antiga potência colonial, considera Burkina Fasso um aliado importante no combate à rede terrorista Al Caeda e seus aliados na região do Sahel, no Sul do Deserto do Saara. Também pediu calma.
Apesar da revogação do estado de emergência de Compaoré, está em vigor um toque de recolher noturno das 19h às 6h imposto pelo Exército.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário