quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Curdos iraquianos entram na guerra civil na Síria

 Cerca de 150 soldados do semiautônomo Curdistão iraquiano entraram hoje na Síria com armas pesadas para ajudar a defender a cidade curda de Kobane, que está há dois meses sob ataque da milícia terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante, noticiou a televisão árabe Al Arabiya.

Rebeldes do Exército da Síria Livre também entraram na Batalha de Kobane ao lado dos curdos sírios, que até agora eram as únicas forças terrestres resistindo ao assalto dos extremistas muçulmanos, com apoio da Força Aérea dos Estados Unidos e seus aliados, informa a agência de notícias Associated Press.

"Os governos ocidentais precisam aumentar a pressão sobre a Turquia para que as forças curdas e suas armas cheguem a Kobane através da fronteira turca. Acreditamos que este corredor, e não o transporte limitado de forças proposto pela Turquia, deve ser aberto sob a supervisão das Nações Unidas", pediu Meysa Abdo, um dos comandantes da resistência em Kobane, em artigo publicando no jornal The New York Times.

Durante mais de um mês, o governo turco relutou em dar passagem aos guerrilheiros curdos porque eles são ligadas do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), que luta há 30 anos para fundar o Curdistão em parte do Sudeste da Turquia e há dois anos entrou em negociações de paz. A passagem de curdos iraquianos poderia servir para reforçar o PKK.

A convergência de guerrilheiros curdos iraquianos e de rebeldes árabes indica a determinação dos EUA de evitar a queda de Kobane por causa do impacto psicológico que teria, observa Jim Muir, da televisão pública britânica BBC: "Seu impacto pode demorar um pouco a ser sentido, mas as armas pesadas dos curdos iraquianos podem ter uma importância maior do que o número de novos combatentes, que devem exercer funções de apoio e não lutar nas frentes de combate."

Com o papel central dos curdos do Iraque como força terrestre na guerra contra o Estado Islâmico, será cada vez mais difícil ignorar a reivindicação da independência do Curdistão. "Quanto mais os curdos participarem da guerra contra o EIIL, maior retorno vão querer", comenta a revista inglesa The Economist.

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