A decisão do governo conservador da Austrália de proibir a entrada de pessoas dos países mais afetados pela atual epidemia de ebola na África Ocidental foi considerada hoje "discriminatória" e "contraproducente" por Serra Leoa. Também foi criticada pela organização de defesa dos direitos humanos Anistia Internacional e pelo secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki Moon, informa a televisão pública britânica BBC.
Cerca de 5 mil pessoas morreram da doença nesta epidemia, quase todas na Libéria, na Guiné e em Serra Leoa. A pretexto de se proteger, a Austrália cancelou hoje todos os vistos temporários e não permanentes. Os novos pedidos de imigração foram cancelados. Quem já tiver o visto de residência permanente e vier desses três países terá de se submeter a uma quarentena de 21 dias, período de incubação da doença.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) teme que esse tipo de atitude leve as pessoas a esconderem sua origem ou passagem por países com alta incidência de casos, dificultando o rastreamento do vírus ebola e o controle da doença.
Como os países mais atingidos são muito pobres, é mais eficiente para um país rico como a Austrália enviar recursos para acabar com a doença no nascedouro antes que a epidemia saia de controle. Já houve 10 mil casos e há o medo de que daqui a um mês haja 10 mil novos casos. Na Libéria, cada doente está infectando 2,2 pessoas. O vírus ebola está se propagando em progressão geométrica.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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