quarta-feira, 29 de outubro de 2014

EUA dizem que Netanyahu não é "merda de galinha"

Na sua guerra verbal com o governo conservador de Israel, os Estados Unidos foram obrigados a desautorizar um alto funcionário que chamou o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu de "merda de galinha" em protesto contra a autorização para construir mais mil casas no setor árabe de Jerusalém, ocupado desde a Guerra dos Seis Dias, em 1967, e parcialmente anexado ilegalmente.

"O problema de Bibi é que... ele é merda de galinha", desabafou o funcionário, frustrado com o boicote da direita israelense aos esforços do governo Barack Obama para intermediar a paz entre Israel e os palestinos, citado por Jeffrey Goldberg na revista americana The Atlantic.

Netanyahu foi considerado covarde pelo mesmo alto funcionário: "O lado bom é que ele tem medo de iniciar uma guerra. O lado ruim é que ele não vai fazer nada para fazer a paz com os palestinos ou com países árabes sunitas."

A nota oficial de protesto israelense, citada no jornal liberal Haaretz, não demorou: "Netanyahu vai continuar defendendo os interesses da segurança de Israel e os direitos históricos do povo judeu em Jerusalém. Nenhuma pressão será capaz de mudar isso." 

Horas depois, a Casa Branca se desculpou: "Acreditamos que esses comentários são inapropriados e contraproducentes", declarou Alistair Baskey, da assessoria de imprensa da Presidência dos EUA. "O primeiro-ministro Netanyahu e o presidente forjaram uma parceria efetiva e se consultam frequentemente, como no início deste mês, quando o presidente recebeu Netanyahu no Salão Oval."

Para a porta-voz do Departamento de Estado, Jen Psaki, a declaração veio de uma fonte não identifica, e "nem o presidente Obama nem o secretário de Estado Kerry a considera acurada ou apropriada".

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