O presidente da Zâmbia, Michael Sata, morreu hoje aos 77 anos em Londres, onde recebia tratamento para uma doença não revelada, informou a agência de notícias Bloomberg.
Sata foi policial, ferroviário e líder sindical durante o período colonial britânico. Ele entrou na política em 1983, um ano antes da independência transformar a antiga Rodésia do Norte na Zâmbia. Em 1985, foi nomeado pelo presidente Kenneth Kaunda para governar a capital do país, Lusaka.
Descontente com o autoritarismo de Kaunda, em 1991, Sata aderiu ao Movimento pela Democracia Multipartidária. Em 2001, saiu para fundar a Frente Patriótica, pela qual foi eleito presidente em 2011. Ele estava doente há algum tempo. Sua morte levanta a questão sucessória num dos poucos países africanos com um verdadeiro multipartidarismo e alternância no poder.
A Zâmbia é o segundo maior produtor de cobre da África. Sata denunciou várias vezes a exploração dos trabalhadores do país por empresas chinesas ávidas pelos recursos naturais da África.
O vice-presidente Guy Scott assumiu a Presidência interinamente até a realização de uma nova eleição presidencial dentro de 90 dias. É o primeiro branco a chefiar um governo da África Subsaariana em 20 anos, desde a queda do regime segragacionista do apartheid na África do Sul, em 1994. Como seus pais nasceram na Escócia, a Constituição da Zâmbia não permite que ele seja presidente. Só podem ser eleitos nativos do país.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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