O Ministério do Interior da Ucrânia demitiu 17 mil funcionários públicos das províncias de Donetsk e Luhansk, sob as acusações de "traição e irresponsabilidade" por ficarem ao lado dos rebeldes apoiados pela Rússia que tentam anexar o Leste ucraniano à Federação Russa.
Com uma lei sancionada em 9 de outubro de 2014, o presidente Petro Porochenko iniciou um expurgo dos funcionários do antigo governo de Viktor Yanukovich. O ex-presidente renunciou em 22 de fevereiro, em meio a uma revolta popular, depois de abandonar, em novembro de 2013, sob pressão da Rússia, negociações de associação à União Europeia.
A guerra movida por Porochenko sem sucesso para tentar retomar os territórios ocupados pelos rebeldes apoiados pelo Kremlin e o expurgo acentuam a divisão na sociedade ucraniana, que tem uma grande população étnica, linguística e culturalmente russa.
Na semana passada, Porochenko esteve com o presidente russo, Vladimir Putin, num encontro da União Europeia, mas não houve maior avanço. O homem-forte da Rússia deu um chá de banco na chanceler (primeira-ministra) da Alemanha, Angela Merkel, e ampliou as sanções a produtos ocidentais, incluindo vários tipos de alimentos.
Em seu projeto de resgatar pelo menos parte do poder imperial soviético, Putin recusa-se a aceitar a independência da Ucrânia. A radicalização em Kiev joga a seu favor.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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